Nesta semana fará exatamente 18 anos do falecimento de Freddie Mercury, na minha opinião um dos cinco maiores vocalistas da história do rock.
Sabem qual foi a banda de rock que mais vendeu discos na Inglaterra? Não, não foram os Beatles, o Floyd, ou os Stones. Foi o Queen, banda venerada pelos britânicos e respeitada no mundo todo (300 milhões de álbuns vendidos até 2006).
A banda surgiu em 1970. Brian May e Roger Taylor, à procura de um vocalista, foram apresentados ao tanzaniano Farrokh Bommi Bulsara (nome verdadeiro de Freddie Mercury). A química foi imediata. Com a contratação do baixista John Deacon, no ano seguinte, a banda recebeu o nome de Queen (sugestão de Freddie) e iniciou seu trabalho na cena musical inglesa.
Desde o início o Queen revolucionou o rock britânico, fazendo um som mais pesado até 1975, passando para a ópera rock e até pelo jazz e pelo rock progressivo na segunda metade da década de 70 (época do genial "A Night at the Opera", de onde saíram "Love of My Life" e a inigualável "Bohemiam Rhapsody"), chegando ao seu auge nos anos 80, quando consolidaram um rock'n roll maduro e autêntico.
Falar do sucesso do Queen é fácil... Contudo, é preciso dar justificativas para isso. Na minha opinião, grande parcela do que eles conquistaram se deve ao carisma, à atitude e principalmente à técnica vocal de Freddie Mercury.
A voz de Freddie era fantástica. Suave, mas sempre intensa, capaz de tornar músicas medianas em clássicos. Diz a lenda que durante as gravações de seu álbum solo "Barcelona", em 1988, Mercury desafiou Montserrat Caballé, a cantora de ópera mais conhecida no mundo, para ver quem possuía maior fôlego em uma performance lírica. Freddie venceu com grande vantagem.
A presença de palco de Mr. Bad Guy, como era conhecido no meio artístico, também contribuiu para um dos títulos informais do Queen. Ao lado do Led Zeppelin, o Queen é considerada a banda mais sensacional nas performances ao vivo. Para quem não conhece, sugiro três shows incríveis, existentes em CDs e-ou DVDs: Live Killers (1979), Live Aid (1985) e Live at Wembley (1986). Em todos eles fica clara a forma inacreditável com que Freddie trazia o público para junto de si e o convencia a acompanhá-lo freneticamente.
Aqui no Brasil, dois shows do Queen foram muito marcantes. Em março de 1981, recorde de público do Morumbi para recebê-los: mais de 181 mil pagantes. Quatro anos depois a volta ao país como uma das grandes atrações do Rock in Rio. Na primeira noite do festival o Queen tocou, ao lado de Iron Maiden e Whitesnake, para 300 mil pessoas.
A banda começou a enfrentar algumas dificuldades no início dos anos 90, quando a Aids começou a tirar forças de Freddie. Em 23 de novembro de 1991, Freddie anunciou publicamente ser portador, vindo a falecer 12 horas depois, aos 45 anos.
Após a morte de Freddie, um grande show tributo foi realizado, em 1992. Ao lado dos remanescentes do Queen, nomes como Robert Plant, Elton John, Guns'n Roses, David Bowie, Roger Daltrey e Tony Iommi arrecadaram milhões de dólares para ajudar a Mercury Phoenix Trust, fundação de auxílio a soropositivos idealizada por Freddie. Em 2001, mais uma grande e justa homenagem, com a inclusão da banda no Rock'n Roll Hall of Fame.
Contemporaneamente, os três integrantes da formação original convidaram Paul Rodgers, ex-vocalista do Bad Company e fã confesso de Freddie, para seguir com o Queen. Um disco de inéditas foi gravado e duas turnês mundiais aconteceram, para o delírio dos fãs.
Um vídeo pode ser um bom resumo do trabalho do Queen, na minha modesta opinião. "Somebody to Love" é o filé do qualificado disco "A Day at the Races", de 1976: uma performance vocal genial de Freddie, ótimos momentos da guitarra de Brian e do piano de Mercury, uma harmonia impecável entre os quatro músicos... Sucesso garantido, como quase tudo que eles fizeram. God save the Queen!
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