Essa vai para os meus amigos Elizandro e Ronei, que também curtem esse monstro pra caramba. A maneira com que o homenageado cantava (mal abria a boca, pouco mexia os lábios e saía aquele vozeirão todo), nos fez rir juntos algumas vezes...
Há exatos 21 anos morria Roy Kelton Orbison. Mesmo que pense que não, certamente você o conhece (Pretty Woman e You Got It são seus maiores sucessos).
Na minha modesta opinião, Roy é a maior voz da história do rock, sem qualquer dúvida. Com posição similar à minha há um time de respeito: Bono Vox, Elvis Presley, Robert Plant e Bruce Springsteen. Barry Gibb, dos Bee Gees, comentou que ao ouvir "Crying" pela primeira vez, estava diante da voz de Deus.
Roy (nascido em 1936) foi fortemente influenciado pelo country e pelo gospel, mas tornou-se um dos mestres da rockabilly e das baladas roqueiras. Seu vozeirão o fazia ser frequentemente confundido com músicos negros de blues, tal qual ocorria com Elvis Presley.
Seu grande talento era inversamente proporcional ao seu visual, ao menos para os padrões roqueiros da época. Cara de "mais velho", grossos óculos escurecidos, aparência tímida... Tudo parecia depor contra ele, mas Roy levava isso numa boa. Questionado a respeito, Orbison foi taxativo: "Eu não sou uma super personalidade estética ou performática. As pessoas vem até mim para ouvir minhas músicas, e é para isso que me preparo".
Seu primeiro sucesso foi "Ooby Dooby", em 1956, seguindo-se a lindíssima "Only the Lonely", em 1960. A partir daí iniciaram-se tours com grandes astros como Beatles e Bob Dylan, até a consolidação de Roy Orbison como ídolo da música americana a partir do lançamento de "Oh, Pretty Woman", em 1964. O single vendeu cerca de 7 milhões de cópias nos EUA em pouco mais de 4 semanas, batendo todos os recordes da época. Entretanto, como normalmente acontece no rock'n roll, as tragédias sucederam o ápice de Orbison. Em 1966 sua esposa morreu em um acidente de moto e alguns meses depois dois de seus três filhos faleceram em um incêndio.
A carreira de Roy caiu, obviamente, na obscuridade, mas sua recuperação acabou acontecendo, apesar de longa. Em 1980, ganhou o primeiro de seus cinco Grammys, em um dueto com Emmylou Harris, retomando definitivamente sua carreira e entrando para o Hall da Fama do Rock em 1987.
Nesse mesmo ano, outro passo importante para ele e para a história do rock. Como uma atividade paralela e divertida, como ele mesmo mencionava, formou-se uma super banda, "The Traveling Wilburys", composta por George Harrison, Bob Dylan, Jeff Lyne e Tom Petty.
Quando todos esperavam mais um período brilhante em sua trajetória, um infarto fulminante levou "The Big O", como era chamado, em 06 de dezembro de 1988.
Recomendações: vale a pena conhecer a discografia do cara, em especial o excelente álbum póstumo "Mistery Girl", de 1989, além dos dois discos lançados pelos Wilburys. Um DVD dele também é fora de série: "A Black & White Night", de 1987, no qual músicos de peso como Bruce Springsteen, Elvis Costello, Tom Waits e Jackson Browne se juntam a Orbison para revisar seus grandes sucessos.
4 comentários:
É sempre bom ver alguém dando valor ao inigualável Roy Orbison, geralmente esquecido por aqui. Não é a toa que ele é o ídolo de todos os nossos ídolos. Tendo sua vida marcada por tragédias, não surpreende o fato dele ter partido no momento em que sua carreira experimentava um espetacular renascimento, o que mostra que ele ainda tinha muito a nos dar - talvez até o melhor de si. Insubstituível.
Abs e parabéns pelo blog
Claudio - BR GIBB BEE GEES CLUBE DO BRASIL
Olá Cláudio!
Realmente... O mínimo que podemos fazer é homenagear um talento como Roy, um gênio que teve a vida posta à prova, mas superou todas as dificuldades, com muita fibra. Felizmente seu legado é fantástico e sua obra pode fazer-nos um pouco mais felizes.
Obrigado pelo seu comentário e pelo elogio ao blog. Abraço, Max.
Max, este blog está do caralho, imperdível!
Abraçao!
Falaí, meu amigo...
Obrigado! Conto sempre com roqueiros como tu para torná-lo cada vez melhor. A festa tava duka...
Abraço!
Max.
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