Editorial

Desde os 11 anos, quando o saudoso Tio Magno me apresentou formalmente ao rock'n roll, eu já ouvia falar da sua morte anunciada. Felizmente o tempo segue contradizendo os boatos e o rock vai sobrevivendo e se solidificando. Continua sendo uma linha mestra para o seu público segmentado, uma mina de ouro a quem o explora de forma inteligente e uma dor de cabeça para quem por ele é criticado. Insiste em ser campeão de rentabilidade em turnês, vendas e downloads. Não cansa de ditar ideologias, comportamentos e movimentos. Apesar de uma expansão cada vez maior de outros sons e tendências, segue solitário na capacidade de criar ideologias, movimentar multidões em prol de um objetivo e fazer a gente se divertir e pensar ao mesmo tempo. Este blog é a minha maneira de agradecer ao rock'n roll pelos arrepios, suspiros, lágrimas e alegrias a mim proporcionadas até hoje. Aqui podemos discutir o rock de uma forma geral, analisar e debater seus fatos e ícones, seja por lazer ou mesmo como exercício crítico. Interaja! Mande suas postagens e sugestões, passe o blog a quem gosta de rock. Toda participação é bem vinda!! Longa vida ao rock’n roll e bom divertimento a nós todos!!

20 outubro 2009

ERIC CLAPTON - LEITE CONDENSADO

Quando o assunto é Mr. Clapton, encho a boca para falar. O cara é o meu maior ídolo, ainda mais depois de ler sua autobiografia e de conhecer, finalmente, quase toda a sua discografia.

Clapton é, para mim, o maior guitarrista da história do Rock'n blues. Costumo dizer que ele é como leite condensado: com qualquer coisa que você agregue, fica ótimo.

Respeitado por todos os instrumentistas de sua geração, bem como da anterior e da posterior, a influência de Clapton consegue coisas impensadas em um mundo repleto de interesses de gravadoras e brigas de ego dos músicos. 

Desde 2001, por exemplo, Eric promove shows beneficentes denominados "Crossroads", nome da entidade para a recuperação de etilistas e drogados que ele mantém no Caribe. Para se ter uma idéia, participaram dos eventos mitos como B. B. King, Muddy Waters, Robert Cray, Buddy Guy, Stevie Vai, Carlos Santana e Bob Dylan.

Além de conseguir, tranqülamente, o aval dos músicos e das gravadoras de cada um deles para realizar os eventos, Clapton arrecadou de cada um dos músicos uma guitarra para leilão. Resultado? Somente com a venda dos instrumentos para fãs e colecionadores, mais de 10 milhões de dólares foram arrecadados e, felizmente, alguns dos maiores encontros da história do blues e do rock foram realizados.

Mesmo "meio surdo", como ele mesmo se descreve, Clapton segue girando o mundo. Seus mais recentes trabalhos (sete ou oito anos para cá) seguem espetaculares e valem uma conferida: 
- Dueto com Steve Winwood (CD e DVD ao vivo)
- CD com J. J. Cale (Road to Escondido)
- CD com B. B. King (Riding with the King)
- Crossroads Festival (CD e DVD)
- Reunião do Cream (CD e DVD)
- Tributo a Robert Johnson (CD e DVD - Me and Mr. Johnson)

Seu segredo para ter construído e mantido uma carreira tão marcante? Como ele mesmo declarou, o sucesso decorreu dele jamais ter largado sua inseparável Fender, mesmo nos piores momentos de carência afetiva ou de extremo abuso de drogas e álcool.

5 comentários:

Anonymous disse...

ÉEE seu texugo, Clapton é o cara!! Li a biografia dele, o cara era um verme sênior! Vimos ele em 2001 em POA, quando será que ele volta?? Abraço!!
JAmes

Anonymous disse...

hehehe... Como leite condensado... eu conheço isso! Muuuuito bom! Bjs, Sil

Anonymous disse...

Grandes James e Sil!
O cara era o maior dos vermes, o chefe da matilha... Acho que ele não volta mais. Aquela noite no Olímpico foi incrível. Um show simples, sem muitas frescuras, mas com toda a qualidade que se esperava...
Max.

Contreras disse...

Bah Clapton é O CARA mesmo, ele sintetiza todas as fases do bom rock: descobrimento, locura e amadurecimento

Anonymous disse...

Grande Felipe! Obrigado pelo teu post. Verdade. O Clapton é como um bom vinho tinto do teu país: quanto mais velho, melhor vai ficando... A loucura das primeiras fases dele fez a carreira dele amadurecer e o próprio som dele se consolidar. Hoje, Clapton não é só um blueseiro ou um roqueiro: é a mais completa tradução do blues'n roll, um estilo que insisto ser existente (cito Stevie Ray Vaughan, Johnny Winter, as bandas do sul dos EUA e o nosso Fernando Noronha para fundamentar minha tese).
Abraço,
Max.