Editorial

Desde os 11 anos, quando o saudoso Tio Magno me apresentou formalmente ao rock'n roll, eu já ouvia falar da sua morte anunciada. Felizmente o tempo segue contradizendo os boatos e o rock vai sobrevivendo e se solidificando. Continua sendo uma linha mestra para o seu público segmentado, uma mina de ouro a quem o explora de forma inteligente e uma dor de cabeça para quem por ele é criticado. Insiste em ser campeão de rentabilidade em turnês, vendas e downloads. Não cansa de ditar ideologias, comportamentos e movimentos. Apesar de uma expansão cada vez maior de outros sons e tendências, segue solitário na capacidade de criar ideologias, movimentar multidões em prol de um objetivo e fazer a gente se divertir e pensar ao mesmo tempo. Este blog é a minha maneira de agradecer ao rock'n roll pelos arrepios, suspiros, lágrimas e alegrias a mim proporcionadas até hoje. Aqui podemos discutir o rock de uma forma geral, analisar e debater seus fatos e ícones, seja por lazer ou mesmo como exercício crítico. Interaja! Mande suas postagens e sugestões, passe o blog a quem gosta de rock. Toda participação é bem vinda!! Longa vida ao rock’n roll e bom divertimento a nós todos!!

14 dezembro 2009

ENGENHEIROS DO HAWAII - ROCK NOS PAMPAS

Bom... Teve gente que vinha comentando comigo pra falar um pouco do rock da nossa terrinha. Então vamos lá...

Respeito quem critica (até com fundamento) as bandas gaúchas pelo jeito um pouco irônico e às vezes até debochado de fazer música, e que vez por outra não se preocupam com a excelência musical. Entretanto, penso que temos, sim, rock’n roll nos pampas. E de boa qualidade, principalmente daqueles que seguiram influências do rock inglês, do folk rock, do rockabilly e do punk.

Nas décadas de 60 e 70 o pessoal já desenhava alguma cena roqueira por aqui, em especial os sáuricos Almôndegas e Bixo da Seda. Entretanto, o "rock grande do sul" começa realmente a ganhar força no início dos anos 80, acompanhando o movimento que acontecia em todo o Brasil. As bandas de Porto Alegre, concebidas dentro da UFRGS ou nos encontros da gurizada no Bonfim e Cidade Baixa, literalmente explodiram em várias vertentes.

Dos bairros estudantis de POA surge Nei Lisboa, o guru do rock gaúcho. Suas letras, que falam do cotidiano da cidade em um nível intelectualizado, conquistaram o underground de POA. O cara nunca teve sucessos tocando freneticamente em rádios, mas pergunte a um porto-alegrense de raiz quem é ele e você ouvirá toda a sua história. Nei Lisboa influenciou fortemente os Engenheiros do Hawaii, a primeira banda de rock gaúcho a ganhar um disco de ouro e a única a fazer real sucesso em todo o país.

Também norteado por nomes como Bob Dylan, Pink Floyd e embasada nas excelentes composições de Humberto, o trio Gessinger/Licks/Maltz emplacou muitos sucessos a nível nacional e cravou seu nome na história do rock brasileiro.

O rol de nomes roqueiros dos anos 80 pra cá é razoavelmente relevante: Garotos da Rua, TNT, Cascavelettes, Replicantes, Wander Wildner, Cachorro Grande, Fernando Noronha... Todos fizeram um trabalho sem grande mídia no centro do país, mas bastante marcante aqui no sul.

Não sou muito fã do que vem aparecendo recentemente, em especial por achar tudo pop, reggae ou pobre demais... Em todo caso, tudo acaba entrando no mesmo saco quando se trata de mantermos o honroso título de estado mais roqueiro. Porto Alegre, apesar de menos importante economicamente do que Belo Horizonte e Brasília, sempre é a terceira cidade brasileira a ser lembrada quando grandes turnês passam por aqui.

3 comentários:

Contreras disse...

Massa =)

Anonymous disse...

Bala, Contreras... Abraço! Um dia desses levo tua tequila...

Contreras disse...

hahhahahaha
estamos esperando aquela visita na praia!
abras